Horário de Brasília

quarta-feira, maio 31, 2006

ENTREVISTA - Cláudio Falcão

Por Gabriela Rocha

A equipe do HB veicula sua primeira entrevista exclusiva com um dos mais conhecidos atores da cidade: Cláudio Falcão.

O redator, diretor e ator das personagens Maria do Socorro, mais conhecida como Mary of Help, sua mãe Berenice e a Empregada Gorete concedeu, no último dia 29 de maio, uma entrevista para o site contando como começou sua carreira e os planos para levar a peça para o resto do país.

[HB] Cláudio, como foi o começo de sua carreira de ator? Quais foram as maiores dificuldades de fazer teatro em Brasília?

[CF] Sempre fiz teatro, desde criança, já que minha mãe é professora de teatro. Profissionalmente des dos 14 e com a Mary estou desde 1992. Não tive muitas dificuldades em assumir minha profissão, uma vez que venho de uma família de atores, tudo se deu de forma muito natural e as coisas simplesmente foram acontecendo.

[HB] Qual é sua formação profissional?

[CF] Cheguei a cursar o Dulcina (escola de teatro de Brasília) por dois anos, mas acabei largando, fiz também um curso em Amsterdã, na Holanda, de preparação corporal exclusivo para atores, e também estudei dança.

[HB] Você já pensou em dar algum tipo de curso de teatro?

[CF] Dei aulas na escola Cresça, para crianças, durante cinco anos e gostava muito. Era um ótimo professor, modéstia a parte (risos). Ano passado tentei fazer um workshop, mas é necessária uma divulgação mais arquitetada para isso. Mas tenho planos para continuar com esse projeto em breve.

[HB] Existem planos de levar a Mary para o resto do Brasil ou para outros veículos?

[CF] Tenho muita vontade de levar a peça para outros lugares, mas ainda tenho um pouco de medo. Minhas peças têm a cara da cidade, são piadas e joguetes muito peculiares, e só quem vive em Brasília entende. As novelas da rádio que tenho feito para a Transamérica estão me ajudando a ampliar meu público e fazer algo diferente, já que são mais populares e atingem um grupo maior, não se restringem apenas à realidade de Brasília.

Cláudio Falcão e suas personagens estão de segunda a sábado na Rádio Transamérica às 10, 16 e 18 horas com a rádio novela e em cartaz com a peça “Mary tipo de mudança” de sexta a domingo no teatro da Escola Parque 307/8 sul sempre às 21 horas.

A equipe do HB recomenda a ida ao teatro para assistir a um dos melhores atores da cidade que retrata tão bem, de uma forma muito engraçada, as peculiaridades de Brasília e seus habitantes.

segunda-feira, maio 29, 2006

POLÍTICA - Dias (in)úteis.

Senado Federal. O lugar onde a semana de trabalho começa na terça e termina na quinta-feira.
Por Peu Lucena

Pauta do plenário trancada. Incontáveis projetos de lei e medidas provisórias a serem votadas. Cerca de quinze comissões, incluindo as CPIs, em andamento. E em plena segunda-feira a agenda do Senado é a seguinte: “segunda-feira, 29/05/2006: Não há comissão agendada”.

Até agora (13:40), o pobre do senador Paulo Paim (PT-RS) é o único que se inscreveu para a sessão do plenário que começa às 14:00. Ele promete um discurso exaltado e fervoroso, para as paredes, moscas, e um ou dois serventes que estiverem passando por ali.

Na terça a coisa muda, e como muda. O trajeto aeroporto-senado fica congestionado daqueles carros pretos com plaquinhas pretas, ou alguém acha que eles ficam em Brasília de quinta à terça? E o “congestionamento” se torna motivo de desculpa para comissões que começariam as 10:00 e acabam por começar lá pelas 11:30. E outra, terça (amanhã) tem espetáculo, tem sim senhor! Nesta terça tem CPI dos Bingos, que terá como estrela principal a ex-mulher de Buratti. Dia de show, as performances são as mais audaciosas, a disputa por quinze segundinhos no Jornal Nacional elevam a casa ao posto de circo.

Na quarta eles votam alguma coisa aqui, outra ali, só pra ficar bem claro que “aqui a gente trabalha meeeeeesmo!”. Na quinta eles fazem alguma coisa meio que nas pressas, um discurso sem propósito no plenário e correm para o aeroporto. Afinal, quinta já é quase sexta, e sexta já é quase final de semana, que se estende pra segunda, e terça o vôo atrasa. Se está assim agora, imagine na copa. Desse jeito não há votação que ande!
(foto:relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves PMDB - RN)

sexta-feira, maio 26, 2006

CULTURA - AXÉ!

Por Suely Frota

Extremismo Religioso mais uma vez prejudica estruturas artísticas. Esculturas dos Orixás foram destruídas na prainha do Lago Sul em Brasília.

Nesta semana foram registrados mais casos de inflexibilidade religiosa com as esculturas dos Orixás encontradas na Prainha do Lago Sul. Desde o ano passado, tais obras vêm sendo destruídas e desrespeitadas pela população. Desconfia-se de que essas ações derivam de outras religiões, por existir uma aversão às seitas umbanda e candomblé. Sabe-se que essa não é a primeira vez que alguns religiosos se manifestam com essas atitudes. Quem não lembra do caso do pastor que chutou uma imagem referente à igreja católica?
No final do ano passado a imagem de Iemanjá, um dos orixás mais respeitados pelos seus seguidores, foi derrubada em plena virada de ano. Nesses atos não somente ela,mas quatro das dezesseis esculturas já foram depredadas. Pior do que destruir é não cuidar, e não se preocupar com a atual situação física das obras; o que fizeram os nossos representantes estatais. Esse ato de selvageria não causou nenhuma ação da parte do governo. A imparcialidade encontrada na estrutura política e social da capital chega a ser um tanto quanto ridícula. Esquece-se que essas esculturas foram “patrocinadas” pelo governo e que, o investimento das obras foram tirados do dinheiro público. Esses Orixás fazem parte do patrimônio cultural de Brasília. Devia partir do governo, pelo menos, alguma preocupação em punir os responsáveis por esse ato de vandalismo .
A secretária de cultura do GDF, juntamente com a Governadora Maria Abadia, tiveram uma posição taciturna dentro desta discussão. A Administração de Brasília que seria a primeira a levantar a bandeira da preservação das obras, foi a primeira que se recusou a qualquer tipo de responsabilidade na resolução dos problemas.
Infelizmente, a arte no Brasil ainda está na conquista pelo seu espaço. É deprimente o descaso do governo em relação a este vandalismo religioso. Não há nenhuma punição; o que só abre espaço, para que isso ocorra com mais freqüência. Não cabe a nós somente punir os culpados ,mas, principalmente, não deixar que isso aconteça novamente. Antigamente entre religião e arte existia certa conexão, havia uma maior interferência entre ambos. Mas agora estamos na era moderna e democrática, onde todos têm direitos. Sim a liberdade de expressão artística e religiosa.

quarta-feira, maio 24, 2006

COMPORTAMENTO: A BOUTIQUE DA COPA

Por Gabriela Rocha



Faltando menos de vinte dias para a Copa do Mundo, o Brasil retorna ao patriotismo e exibe seu verde e amarelo.
É
impressionante como um comportamento é tão previsível na sociedade brasileira, de quatro em quatro anos o povo se une em prol da causa maior da nação: a seleção brasileira de futebol.
Bandeiras são expostas, faixas são pintadas e todos vestem com orgulho o verde e amarelo. Camisas da seleção, estampas com a bandeira, estrelinhas tudo é motivo para exibir o amor pela nação.
E está declarada a moda da copa!
Repare a sua volta, alguns carros já exibem pendurados em suas janelas pequenas bandeirinhas de plástico, nos sinais faixas e buzinas são vendidas aos montes, lojas de marcas famosas, como Puma e Nike, expõem os uniformes oficiais e roupas que custam verdadeiras fortunas, sapatos, bolsas todos temáticos e é claro, como de costume, os camelôs e todas suas tralhas importadas/falsificadas.
Até editorias de moda especiais para esses dias são montados. Matérias como Os cinco melhores looks para a copa, Como arrasar em dia de jogo, enchem as páginas das revistas femininas. Causando uma verdadeira febre, que durará mais ou menos um mês, ou um pouco mais se formos campeões.
O aquecimento começou na semana passada com o anúncio oficial dos escalados e culminará com o início dos jogos, dia 13 de junho, quando aí sim o Brasil se veste com suas cores e a moda realmente “pega”.

Eu realmente me pergunto como o povo consegue se unir tanto nesta hora e tão pouco nas horas mais importantes...
Mas, isso não é pauta para este texto. Porque, até eu, que não tenho nenhuma afinidade com futebol (para não dizer que detesto) já tenho minha camiseta azulzinha para a copa!

terça-feira, maio 23, 2006

OPINIÃO - A orgia da informação

Por Carmen Gonçalves
A mídia está, a cada dia, mais entregue aos interesses de organizações criminosas. O quarto poder que rege as nossas vidas não se limita mais a vender roupas, marcas e bens. Hoje, a mídia traz para dentro das casas das pessoas grupos criminosos. Organismos como o PCC na capital paulista são cada vez mais responsáveis pelas imagens que invadem nosso dia a dia e eles sabem disso. Aprenderam, como nunca, a usar o espaço que a mídia tem para convencer e sensibilizar (ou não seria aterrorizar?) seu público, para propagar seus ideais criminosos, para fazer valer sua lei e seu poder paralelo. Os dias de guerra civil pelos quais passou a capital paulista, por exemplo, se transformaram, através do brilho da telinha, em verdadeiras ações cinematográficas de Hollywood. Já não me interessava mais a quantas andava o regime disciplinar do Marcola, o que importava mesmo era a viúva do PM reconhecendo o corpo. Não queria nem saber de Cláudio Lembo, queria mesmo era ver para quantos mortos tinha ido a conta. A mídia monta o picadeiro e os criminosos fazem o espetáculo. Isso é o que vende, é o que dá Ibope, é o que os veículos querem.
Os bandidos, estes sabem muito bem do poder que essas imagens possuem. Eles manipulam a todos e utilizam os meios de comunicação, impulsionados pelo apelo midiático das mensagens, para justificarem suas ações, para atuarem contra lei e tornarem-se compreendidos pela população. A opinião pública, que foi a principal vítima dos ataques, no caso de São Paulo, viu o episódio terminar e a cidade se acalmar, e tudo voltar a ser como antes.
Outro exemplo, mais batido, mas pertinente, o das Torres Gêmeas. Teve algum ser vivo neste mundo que não viu as imagens das torres ruindo, dos aviões explodindo, das pessoas correndo apavoradas? Não faço aqui restrição à cobertura da imprensa. O que eu me pergunto é: quem lucra com essa cobertura? A população ou os próprios grupos terroristas?
Numa rápida reflexão, talvez ajude: os grupos criminosos lançaram-se à popularidade como tais enquanto a população encolheu-se em suas casas à sorte de ataques como este da capital paulista.
Em junho deste ano, a rede de TV Al Jazira vai inaugurar a Al Jazira International, que já foi apelidada de CNN do terceiro mundo. A rede de TV de maior audiência no mundo árabe, vai espalhar escritórios nos lugares mais estratégicos para a rede de terrorismo de Osama Bin Laden, Washington e Londres, por exemplo. E mais, será falado em inglês.
Por acaso há alguma dúvida aí entre os leitores sobre quais interesses serão defendidos por este veículo? Aos desavisados vale lembrar que a Al Jazira é a porta-voz mundial da Al Qaeda.
Claro que é válida divulgação das mesmas notícias as quais temos acesso pelo Tio Sam expostas por outros pontos de vista e com outros enfoques. Isso gera uma certa democratização da coisa, o direito de divulgar este ou aquele fato passa a ser mais justo e abrangente. Outro lado positivo pode ser a concorrência pela verdade, o que pode garantir ao público uma chance maior de não estar sendo sempre manipulado.
Mas não sejamos infantis e ingênuos a ponto de acreditar que a Al Jazira International não servirá de instrumento de manipulação dos acontecimentos que certos grupos terroristas provocarem e não promoverá o favorecimento dos seus. Será que vale mesmo a pena?
A imprensa globalizada tem sido marionete e instrumento de controle nas mãos de pessoas com interesses bem longe de serem os coletivos, nos quais se pauta a tal função social do jornalismo. Muitos jornais, mas principalmente a TV, servem, em muitos momentos críticos para a humanidade, como representantes oficiais da orgia que as oligarquias donas da comunicação promovem com a posse da informação
.

segunda-feira, maio 22, 2006

CINEMA – Muita Fumaça pra Pouco Filme.

Por Peu Lucena
Filme decepciona desde os fanáticos até os meros leitores da obra de Dan Brown.

Decepção. A única palavra que consegue resumir toda a experiência de assistir ao Código da Vinci depois de ter lido o livro. Um best-seller que tinha tudo para virar um clássico, muito mais que um mero blockbuster, mas que teve sua versão cinematográfica totalmente distorcida.

Uma coisa é omitir – o que se torna necessário na adaptação de 400 páginas para 2 horas de enredo – outra, totalmente diferente, é inventar e amputar partes essenciais para a trama. A pressa para tornar o livro em filme levou o diretor Ron Howard a tomar decisões que desfiguraram completamente a alma da obra. O que era pra ser um filme de suspense, se tornou uma história com dois ou três sustos e aflições. A grande magia do livro, a ação gradual de Sophie e Langdom na busca por evidências e pistas que levavam a uma caça a o tesouro, foi resumida a fatos que eram cuspidos sem o menor caráter investigativo.

As incoerências são de revoltar aqueles que se deliciaram e embarcaram no excelente livro de Dan Brown. E não foi invenção aquela história de que os repórteres riram ao assistir à pré-estréia em Cannes, quem leu o livro ri ao ver as discordâncias.

Que história era aquela de Langdom ter caído em um poço quando criança? Quem disse que Feche era do Opus Dei? Onde foram parar os DOIS criptéx? A grande decifradora de anagramas não era Sophie? Que raio de pomba foi aquela que assustou Silas e mudou todo o rumo da história? Uma POMBA se tornou a peça chave para decifrar o majestoso Código da Vinci?

E esses são os erros mais gritantes que eu me lembro agora, existem centenas que pequenos outros detalhes que te fazem perder a fé na adaptação. Todos sabemos que essas adaptações de livros para filmes sempre deixam a desejar, mas tomando como base toda a expectativa e alvoroço feito sobre O Código Da Vinci, saímos do cinema com a nítida impressão de que foi muita fumaça pra pouco
FILME!

sábado, maio 20, 2006

ESPORTES - O ESPETÁCULO MANCHADO DE SANGUE

Por Bernardo Borsato

Maracanã, semifinal da Copa do Brasil, policial à paisana se envolve em briga, saca arma, dispara tiros em várias direções.

Mais uma noite triste na festa do futebol brasileiro. Flamengo e Ipatinga se enfrentaram na noite de quinta-feira pela semifinal da Copa do Brasil, o palco estava montado, aproximadamente 50 mil torcedores a imensa maioria rubro-negros. O Urubu precisava de uma vitória simples, mas o destemido e guerreiro Ipatinga foi quem abriu o placar.
O Maracanã se calou aos 10 minutos do primeiro tempo, com Camanducaia numa bola mal rebatida pela defesa do Mengo. Os mineiros não tiveram tempo de comemorar, aos 13 minutos Marcelinho recebe pela ponta direita, tenta o chute, a bola acaba sobrando novamente e Marcelinho enche o pé e estufa a rede, incendeia a maior torcida do Brasil. O que se viu após o gol do Flamengo foi uma enorme pressão do Ipatinga, o Tigre assustava nos contra-ataques e quase marcou, o Fla contou com a boa atuação da muralha Diego e a eficiência de seus zagueiros.
A festa da torcida foi ofuscada por uma briga de torcedores no lado rubro negro, uma pancadaria envolvendo poucos torcedores, uma selvageria. André Paulo Barcelos, policial militar à paisana tentou apartar, mas o que fez foi apertar o gatilho. O grande PM entrou com uma pistola PT 380 na virilha. Diogo Oliveira da Glória, de 26 anos, baleado no rosto, permanece internado no hospital Souza Aguiar. Diogo passou por uma cirurgia no rosto e permanece no setor de Recuperação Pós-Anestésica. Mais dois torcedores foram atingidos por bala, Gregório de Lima, de 32 anos, levou um tiro na mão e já está em casa. O terceiro baleado Leandro da Silva Veras, de 24 anos, foi atingido de raspão no rosto, atendido no posto médico do Maracanã.
Esperamos que o esbirro seja punido exemplarmente, e que a nebulosa violência nos estádios se decomponha. Até quando vão manchar o futebol brasileiro? Lamentável. No segundo tempo, a pressão mineira continuou, mas Jônatas após uma linda jogada individual tocou para Renato dentro da área, e o Rei-Nato só teve o trabalho de tirar do goleiro, um tapa impiedoso, para o delírio da Nação. Foram minutos finais de muita reza e mandinga e enfim a torcida do Flamengo pôde comemorar a vitória e vaga para a grande final da Copa do Brasil.
A final será após a Copa do Mundo, Flamengo e Vasco, um dos maiores clássicos do futebol brasileiro, rivalidade, superstição, não vão faltar, que seja uma festa digna do povo brasileiro. PAZ NOS ESTÁDIOS!

sexta-feira, maio 19, 2006

BRASIL - ESQUECER É PERMITIR, LEMBRAR É COMBATER!

Por Suely Frota

Jovens e crianças nesta quinta-feira levantaram a bandeira do NÃO ao abuso e à violência sexual.

Ontem, 18 de maio, dia Nacional do enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, jovens e crianças mobilizaram - se na Esplanada dos Ministérios. Meninos e meninas subiram à rampa do Congresso Nacional com o intuito de entregar o abaixo assinado, com 5 mil assinaturas em que propõe um maior fator de punição àqueles que abusam sexualmente a população infanto-juvenil do país; principal objetivo do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.
O que este evento propõe é uma promoção de uma modificação dos código de leis : Código Penal, Código de Processo Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e para isso tiveram o apoio da população e de diversas instituições governamentais. O Ministério da Saúde foi um dos grandes colaborados. Apresentou, em plena solenidade, o Marco Teórico Referencial da Saúde Sexual Reprodutiva do Jovem e do Adolescente, e o Caderno Temático, onde ambos estão relacionados aos direitos dos jovens e a um desenvolvimento sexual saudável e protegido. A coordenadora do Comitê Neide Castanha, confessa que foi surpreendida com a ação do Ministério, mas que foi uma surpresa boa, pois tinha conseguido ali mais um aliado. Uma outra colaboração partiu do programa Siga Bem Caminhoneiro , da Petrobrás , com o Projeto Siga Bem Criança, que vestiu a camisa dessa causa social. Uma carreata de 500 caminhões encheu as ruas da Esplanada dos Ministérios, onde jovens do DF protestavam -através de danças e músicas - que a exploração e o abuso que sofrem deve ser abolido no país.

Neide Castanha (foto), em entrevista diz que, ao longo dos anos tem conseguido sim uma significativa melhora em relação aos números de ocorrências dos abusos aqui abordados. Infelizmente ainda não existe um sistema de controle que diga fielmente quantos casos já ocorreram, a única forma de controle que existe hoje é o número de ligações que recebem de denúncias dos abusos e violências às crianças e aos Adolescentes. Acredita-se que realmente esta mobilização conscientizou a população e que em cada ano, representativas são as conquistas. Em 2001 três dos cinco projetos apresentados já foram aprovados pelo Senado. Nesse ano o que desejam é que essas leis passem finalmente para a Câmara dos Deputados e que as restantes também tenham os seus votos. Instigando assim uma maior força política da sociedade civil, pois acreditam que a sociedade ainda está em divida com os Direitos Humanos.
O evento do dia de 18 de maio mostra mais uma vez que, o que querem é o reconhecimento de todos perante essa situação decadente na qual estão nossas crianças e jovens, e a aprovação dos Projetos de Leis que estão em pauta e que modificam os códigos que tratam dos crimes sexuais. O que falta agora é o Congresso cumprir com sua parte.
O evento rendeu muitas festas. E escolas de Samba alegraram o gramado do Congresso Nacional, com sambas de enredo em homenagem a essas vitimas de violências sexuais. Não cabia a eles comemorar essa mancha que existe no nosso País, mas sim a importância que a sociedade brasileira, a cada ano dá a essas causas.Essa alegria proposta pelas escolas de samba, foi uma forma de alimentar nas crianças e nos adolescentes uma esperança de que tudo pode mudar. A Luta vai continuar,e não descansarão enquanto não forem votados a modificação e a apropriação de tais projetos de leis. As crianças não merecem passar por tudo isso, Não à Exploração sexual de jovens e adolescentes no Brasil.

(fotos: Suely Frota)

quinta-feira, maio 18, 2006

CRÔNICA-Cidade do Fim

Há cem anos atrás o velho-oeste americano era povoado por pessoas de todo o tipo. Imigrantes de todo lugar, unidos pelo sonho de uma vida nova, cheia de esperança e planos. Alguns criaram seus negócios que ainda existem até hoje, outros contribuíram com invenções e uns resolveram tirar proveito das pessoas de bom coração. Assaltavam, faziam reféns e matavam por muito pouco. Em algumas cidades o grupo de bandoleiros criava uma onda de pânico tão grande que entravam na cidade atirando, pisoteando as pessoas com seus cavalos e incendiando tudo que viam pela frente. Parece até um roteiro de filme, claro já assistimos filmes com essas cenas mas algo assim ocorreu aqui na minha pequena cidade, chamada São Paulo.

Moro aqui desde que nasci, acho a cidade fascinante, tem uma vida agitada e sobrevive no meio da fumaça das indústrias e dos automóveis que circulam quase que 24 horas por dia. Pessoas pipocam pra lá e pra cá atrás de seus afazeres, andando no meio do perigo e lidando com isso da melhor maneira possível.

Uma bela sexta-feira, os bandoleiros chegaram, quer dizer tomaram as cadeias em todo o estado, conseguiram fazer isso mesmo atrás das grades, com armas feitas com pedaços de aço, ferro e tudo mais que conseguem encontrar e ainda contam com a incrível ajuda de aparelhos celulares, roubados, comprados de agentes carcerários, presenteados por advogados. Sempre me lembro de uma frase “Sem advogado não se faz justiça” acredite quem quiser!!


Pois é, parece uma grande piada de mau gosto mas isso realmente aconteceu diante dos olhos do governo estadual. Eles usam pra falar com a família, pra combinar ações, roubos e coisas do tipo, parecem pessoas comuns marcando um happy hour no final do expediente.


Tudo começou por causa da transferência de presos considerados importantes, tá só se for pros membros do PCC e pro Governo, por que pra sociedade são parte do lixo que não é reciclável, gente do mal mesmo. Antes o sistema americano fosse tomado como base aqui, na minha visão é o único que funciona. Presos trabalham, limpam estradas, fazem de tudo pra ganhar dinheiro e recomeçar suas vidas, alguns acham a redenção outros saem pior do que a encomenda.


A cidade se transformou no caos, do mesmo jeito que no velho-oeste, pessoas indo pra suas casa em busca de abrigo, fechando seus estabelecimentos protegendo sua propriedade e mercadorias e ao mesmo tempo sentindo raiva por matarem seu cavalo, seu gado.


Esse realmente foi um dia estranho, pra falar a verdade não queria nem sair de casa, nem ouvir o que estava acontecendo, porém, somos pegos pela situação ridícula, pelo exagero da mídia. Tive que sair, minha avó tinha um exame pra fazer em um laboratório do Lavoisier no bairro de Higienópolis. Aqui perto de casa tem uma delegacia mas não aconteceu nada e como estava cheia de bloqueios tive que fazer outro caminho. Acabei passando pelo DAS, Divisão Anti-Sequestro, que havia sido atacada na mesma hora em que passava no lugar, foi um corre-corre maldito, o trânsito aumentou e carros da polícia passavam por lugares que você acharia impossível que um veículo daquele tamanho conseguisse. Apesar da confusão consegui chegar no Lavoisier, mas tive que passar por outra delegacia. A Avenida Angélica tinha duas faixas bloqueadas no quarteirão todo, ao meu lado um policial, claramente apavorado apontava sua escopeta para um motorista em uma Fiorino de entregas que não tinha nada a dever, mas que poderia conter suspeitos armados na caçamba coberta, como aconteceu em outros pontos da cidade.


No tempo em que fiquei esperando a hora do exame, vi as pessoas boquiabertas assitirem a tv, discutindo a situação, querendo pena de morte para os bandidos e indignadas com o indulto em feriados, e eu tentando me isolar do fato e ler meu livro sobre culinária mundial. A consulta demorou tanto que já haviam passado muitos carros de polícia pra lá e pra cá, o helicóptero que sobrevoava me lembrou Apocalipse Now.


O dia passou dessa maneira, o pânico tomou conta das pessoas, shopping centers foram fechados, escolas e universidades cancelaram suas aulas, a população voltando a pé pra casa, kilometros de congestionamento nas marginais Pinheiros e Tietê.


À noite, meu bairro estava deserto, como as ruas depois que os bandoleiros passavam, empoeiradas. Parecia a noite mais fria do ano num feriado de julho, uma noite daquelas que você dorme sossegado sem barulho na rua, mas não era bem esse o cenário. No final das contas o crime conseguiu o que queria, causar medo, controlar a situação, não em sua totalidade mas o suficiente pra balançar as estruturas.


Nessa noite, os bandoleiros passaram como um furação, o xerife e seus deputados nem tiveram chance de reagir.


Espero que os próximos dias e noites voltem a ser normais para os padrões caóticos desse velho-oeste paulistano.

Marcos Vivan
São Paulo, Brasil

quarta-feira, maio 17, 2006

Caso UniCEUB – REITORIA ACUADA!

A terça-feira foi marcada por mais uma noite de manifestações no campus do UniCEUB. Desta vez apoiados pelo sindicato dos jornalistas do DF, os estudantes se posicionaram do lado de fora onde se concentraram e panfletaram para os carros que circulavam na avenida. Equipados com um carro de som, os alunos discursavam e chamavam os estudantes de comunicação que resistiam em aderir ao movimento, principalmente os do curso de publicidade.
Em menor número, porém mais organizados, os manifestantes fecharam a w4 como forma de chamar a atenção da população para o absurdo cometido pela reitoria. Seguiram para o bloco do direito e terminaram a noite de manifestações no bloco 12.
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Panorama
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Especula-se que a reitoria, só agora, percebeu o tamanho do problema no qual se meteu quando censurou o jornal Esquina. Em reunião nessa terça-feira, o corpo acadêmico assumiu que não compartilha da decisão e das atitudes da reitoria, deixando-a ainda mais acuada. Espera-se agora uma maior abertura para o diálogo com a direção da instituição.
Porém ainda se mantém o pé atrás quando o assunto se trata de “cabeças na berlinda” e represálias aos estudantes e principalmente ao curso.

terça-feira, maio 16, 2006

Assistam!!!!

Assistam ao filme produzido pela aluna Alexandra Martins. Ficou muito bom!!!!

Comigo é no Popular!

segunda-feira, maio 15, 2006

A continuidade do movimento estudantil no UniCEUB


Foi marcada para esta terça-feira, 16, a próxima manifestação envolvendo os estudantes de comunicação do UniCEUB. Os resultados obtidos com a manifestação de quinta passada ainda estão em avaliação, segundo nos informou o Esquina, mas há a certeza de que os estudantes estão firmes e unidos.
Esta segunda-feira será de reuniões e aula para os alunos do bloco 12. O Esquina reivindicou para si a responsabilidade do movimento, “numa tentativa de organizar e ponderar as atitudes que serão tomadas daqui pra frete”, nos informou o Esquina. Desde sexta-feira, o DCE está fora do movimento por escolha dos alunos e do Esquina, pois seus membros geraram algazarra e baderna na manifestação de quinta passada, tornando o movimento desorganizado.
Na tarde de hoje, haverá uma reunião do representante do CACOS, Luis Filipe, estudante do sexto semestre de comunicação, com o advogado cedido pelo Sindicato dos Jornalistas, que apóia o movimento dos alunos. Será uma tentativa de reunir instrumentos jurídicos contra a ação do UniCEUB.
O CACOS juntamente com o Esquina tentarão uma ação judicial contra a reitoria para conseguirem colocar os jornais nas mãos dos estudantes. A coordenação do Esquina diz que pretende também redigir, com respaldo jurídico, um estatuto que forneça aos estudantes escritores do Esquina independência e autonomia nas suas publicações.
Há uma preocupação dos estudantes em geral de que esta nova postura irá dissolver o movimento e desinteressar os alunos. “Não é isso que irá acontecer. Vamos tentar agora enfrentar a reitoria de outra forma, mais inteligente. Já tentamos no grito e não deu certo, agora vamos fazer diferente.”, disse Suzane, aluna do sexto semestre e membro do Esquina.
Suzane nos disse ainda que os estudantes devem se preparar para a manifestação de amanhã, que será pacífica, mas nem por isso, deixará a desejar. “Sentaremos no chão da W4 e impediremos o trânsito novamente. Haverá mídias da cidade cobrindo também, será mais um esforço, mas, se preciso, não será o último.”Ela esclarece ainda que o coordenador Henrique Moreira continua no cargo e o professor Marconi também. A secretária que trocou os memorandos, o “engano” que levou o Esquina proibido para as ruas, já foi demitida. A reitoria abriu, nesta segunda-feira, sindicância para apurar quem foi o responsável por permitir que esta edição do Esquina fosse para as gráficas e depois, para o público.
(Foto: Alexandra Martins)

sábado, maio 13, 2006

Estudantes Unidos Jamais serão vencidos!

Alunos decepcionados com a resposta dada pela reitoria reuniram-se e prometeram mais!
Nesta sexta-feira, um dia após a manifestação, uma boa parcela dos alunos que dela participaram se reuniram no bloco da comunicação. Depois de uma manhã com resultados pouco satisfatórios, os alunos no período da noite, ao invés de saírem mais uma vez às ruas, preferiram se reunir no bloco 12 com o objetivo de discutir e avaliar os pontos fracos e fortes do dia anterior e, dessa forma, melhorar as estratégias de enfrentamento dessa situação. Uma das discussões foi o fato de que alguns alunos confundiram o movimento com vandalismo, o que resultou em distorção do objetivo dos manifestantes. Outro ponto tocado foi que não é possível “deixar barato” a resposta dada pela Reitoria. O grupo também não desistiu de identificar e desmascarar os principais culpados por essa agressão à atividade jornalística brasileira.
A articulação de ontem rendeu aos estudantes vários projetos de ação contra o exercício da censura dentro da instituição do CEUB. Os manifestantes virão agora com mais força, e mais organizados e já deixaram bem claro que só irão parar a reivindicação quando o Esquina for novamente liberado. “Sem Jornal Sem Aula”.
A comissão já foi formada e, agora com o apoio de parte da imprensa e do Sindicato, aconteça o que acontecer os objetivos serão alcançados. A luta apenas começou.A liberdade de expressão sempre foi e sempre será o maior ideal de um jornalista, e não vai ser agora, ironicamente em uma faculdade de comunicação (!) que os braços se cruzarão para permitir que o livre pensar seja objeto de censura.

sexta-feira, maio 12, 2006

ONTEM – “É A CENSURA QUE NÃO DISFARÇA, NO UNICEUB A LEI É DA MORDAÇA!”

Iniciam-se os movimentos que prometem parar o UniCEUB.

Na noite desta quinta feira aconteceu, em frente às portas da reitoria, uma manifestação que mobilizou estudantes de comunicação social do UniCEUB. Frente ao ato de censura cometido pela reitoria desta Instituição, os alunos percorreram o campus ecoando um coro de protesto reivindicando, principalmente, uma explicação que traduzisse boa vontade para dialogar por parte da reitoria.

Em três horas de manifestação foram mobilizados os blocos dos cursos de direito e administração, incluindo aí os calouros do bloco 10. Em passeata organizada, saíram para a W4 onde bloquearam o cruzamento em frente à faculdade, com jornais da cidade em punho que traziam o ato de censura em manchete, chamando a atenção de todos para a censura que está acontecendo com relação ao Esquina, obtendo apoio de muitos motoristas que trafegavam. Deram a volta pelas ruas ao redor do prédio da faculdade e concentraram-se em frente à reitoria onde permaneceram protestando por cerca de 40 minutos até obterem, de um porta-voz, a promessa de que hoje, às 9 da manhã, haveria uma reunião com a reitoria e quatro membros da manifestação.


Chegando ao UniCEUB hoje de manhã, quatro alunos representando o Centro Acadêmico e o Jornal Esquina foram recebidos pelo Secretário Geral Maurício Neves. Sr. Getúlio Américo, o reitor não estava pressente e muito menos nenhum dos nomes que compõe o enorme corpo de nossa aviltante reitoria. Com frieza e arrogância, um simples e sonoro NÃO aos direitos dos estudantes foi dito. NÃO liberarão o jornal, NÃO haverá explicações, eles NÃO estão violentando nossos direitos, NÃO, NÃO, NÃO. E ponto.

Os alunos prometem mais protestos para hoje, agora com um maior apoio estudantil e popular. Sindicatos e organizações já aderiram ao movimento. Parte da imprensa também está mobilizada.
(Fotos: Alexandra Martins)

Aos alunos do UniCEUB,

E-mail enviado aos alunos pela organização do movimento.
"Pessoas que estão interessadas em lutar pela librerdade de expressão,
Ontem (11) houve uma manifestação contra a censura do Jornal Laboratório Esquina e o ato foi finalizado em frente a reitoria do UNICEUB. Foi prometido uma reunião hoje (12) às 09:30 6 representantes da manifestação com o Secretário Geral Maurício Neves e o reitor Getúlio Moreira.São 10:22 e a reunião acabou.
Foram recebidas apenas 4 pessoas que conversaram por menos de 20 minutos com apenas o Secretário Geral. A comunicação entre a instituição é péssima. Não estava nada agendado. Como sempre eles prometem só para acalmar os animos dos manifestantes.A resposta do senhor Maurício Neves foi que "O ESQUINA NUNCA FALOU DE POLÍTICA E A POSIÇÃO DA REITORIA É QUE O JORNAL NÃO SAI DE NENHUMA FORMA" (ainda falou mais asneiras mas como fui barrado esqueci).
Ridículo, e por isso para quem estiver interessado:MANISFESTAÇÃO HOJE ÀS 18:00, CONCENTRAÇÃO NO ESPAÇO RENATO RUSSO QUE FICA LOCALIZADO NO BLOCO 12 DE COMUNICAÇÃO SOCIAL!!!!COMPAREÇAM E REENCAMINHEM ESSE E-MAIL PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOA POSSÍVEL!!!
OBS: Para organizar melhor a manifestação e não acontecer fatos ridículos como sujar vias públicas e a instituição (que com certeza não é o reitor que vai limpar), Às 17:00 vamos organizar de forma horizontal a manifestação no mesmo lugar da concentração."

À Reitoria do UniCEUB,

Os alunos desta mercenária instituição sentem-se enojados e revoltados com a posição tomada. Não somos baderneiros e muito menos desocupados.

Os senhores, no alto de seus tantos anos de diretoria e no ápice de seus interesses particulares é quem parecem ter esquecido que o UniCEUB forma pessoas. Os senhores é que agem com mentiras, falsidade, ganância. Agem com covardia, total falta de escrúpulos, agem como ratos, sorrateiramente, pelas sombras e pelas costas. Não admitem seu grave erro, entram no jogo do empurra-empurra, a corda que se arrebente do lado mais fraco, e os estudantes, que coloquem seus rabinhos entre as suas pernas e que voltem cabisbaixos para suas casas.

Não se enganem, inescrupulosos vendedores de profissão. O movimento está organizado, adquirindo cada vez mais simpatia entre os alunos.
Não estamos nem perto de nos cansarmos.
Desta vez não ficaremos quietos.

Alunos do Curso de Comunicação Social - UniCEUB

quinta-feira, maio 11, 2006

CASO UNICEUB - REITORIA SE CALA OBRIGANDO ALUNOS A SE MANIFESTAR

Vencidos todos os prazos estipulados, alunos organizam uma manifestação para reivindicar a liberação dos jornais censurados.
A apreensão dos 3 mil exemplares do Jornal Laboratório Esquina, em decorrência da matéria “Comigo é no popular”, que analisa os doze anos de governo de Joaquim Roriz, continua a causar revolta entre os alunos do UniCEUB.

Durante as últimas 48 horas os alunos tentaram diálogo com a reitoria da instituição, que se negou a dar qualquer parecer que reverta a desagradável situação.

Porém, os alunos não se calarão. Organizam para esta quinta-feira (11 de maio às 19 hs no bloco 12) uma mobilização estudantil, apoiada pela imprensa e pelo Centro Acadêmico. Os futuros jornalistas se manifestarão no fim da tarde com o objetivo de chamar a atenção e cobrar uma postura ética do UniCEUB, defendendo a premissa básica de um jornalismo sério: A liberdade de expressão.

E para agravar a situação surgem novas denúncias de precedente tentativa de censura. Fatos estes, ainda em apuração pela equipe do Horário de Brasília.

quarta-feira, maio 10, 2006

BOMBA! - MORDAÇA NO CAMPUS DO UNICEUB!!!

Contrariando o discurso acadêmico, reitoria do maior centro universitário de Brasília aprova e promove a censura retirando de circulação 3 mil exemplares do jornal universitário.
Horas antes de ser distribuído pelo campus do UniCEUB o Jornal Laboratório Esquina, há mais de 30 anos feito pelos alunos do sexto semestre do curso de jornalismo, foi recolhido por ordem da reitoria por publicar uma matéria que vai de encontro aos interesses políticos dessa instituição, segundo apurou nossa equipe.

Contrariando todo o seu discurso do livre pensar, tal instituição provocou a total desordem entre seus alunos, de modo que ao perceberem o ato tirano na universidade ficaram perplexos. Muitos deles sem nem mesmo serem capazes de medir as conseqüências de tamanha violência.

A matéria intitulada “Comigo é no popular!” (link) relata e analisa a estratégia duvidosa usada pelo Ex-Governador Joaquim Roriz durante os quase 12 anos em que esteve no GDF, se referindo à sua política popular e o quão prejudicial ela foi ao DF. Especula-se que a matéria em questão passou despercebida durante uma vistoria aplicada pela reitoria a todas as matérias pautadas para o jornal, e foi dada a voz de recolhimento imediatamente ao se constatar que o mesmo portava tal conteúdo. Conteúdo este que, supostamente, feriu os interesses políticos da instituição.

Indignados, os alunos emitiram uma carta de esclarecimento e apoio à população (link), e um documento à reitoria da universidade pedindo esclarecimentos a respeito do caso. Até a noite dessa terça-feira não havia sido divulgada nenhuma nota de esclarecimento pela reitoria. Os alunos ainda esperam uma resposta e a devolução dos 3 mil exemplares apreendidos. Foi estipulado um prazo de 24 horas, que se encerrará às 18 horas desta quarta-feira, para que a reitoria, até então omissa, manifeste-se.
Para ver a matéria do jornal na íntegra e a Carta do Editor:
Matéria (parte 1)
Matéria (parte 2)
Carta do Editor

terça-feira, maio 09, 2006

CIDADE – A Falta de um Passado pra Capital do Futuro


Por Peu Lucena

- “E aí brow, qual a sensação de viver numa maquete?”
E foi essa pergunta, feita por um amigo do Rio, que foi dura e cruelmente cuspida na minha cara e me fez ver a realidade que sempre esteve bem na frente dos olhos.
Ta certo que Brasília é uma cidade cativante, acolhedora e indiscutivelmente linda, monumental. Aqui temos a ótima oportunidade de conhecer pessoas dos mais diversos cantos do Brasil e do mundo, nos relacionar com elas e fazer trocas culturais nunca imagináveis se ainda estivéssemos em nossa cidade natal. Mas agora, e só agora, começo e enxergar o ônus de termos nos tornado essa farofa cultural: não temos cultura!
Parece cruel, mas é verdade. Ainda não tivemos tempo de desenhar nossa cara, nossa identidade se restringe a quarenta e poucos anos de imparcialidade. É exatamente o que acontece, logo que chegam à capital seus novos habitantes perdem sotaques e costumes para tentarem se adequar o mais rápido possível, ao nada! E esse processo que se repetiu e se repete em ciclos nos deu a oportunidade de termos uma geração de nadas.
Não há fervor cultural na nova capital, não existe movimento, engajamento, não há emoção, nem juventude ativa. E a única melancolia que temos, devemos inteiramente ao nosso eterno Renato Russo. Existem sim os que vagam de churrasco em churrasco, ao som de Chiclete com Banana, Bruno e Marrone ou MC Alguma Coisa. Existem os que nem isso fazem, se isolam nos computadores e orkuts da vida, existem os pseudo-hippies, existem ainda os que falam demais e não fazem nada, e os poucos que não falam nada e que ainda fazem alguma coisa.
Vivemos com o rei na barriga: “Moramos na casa do poder!”. Tolos. Será que não nos passa pela cabeça que somos meros assinadores e carimbadores de papel?! Que as coisas REALMENTE acontecem no eterno eixo Rio-São Paulo e não aqui?
Não percebe que fomos estrategicamente colocados em uma ilha no meio do cerrado, com seres alienados, concursados, cuja maior habilidade tem de ser grampear e carimbar papéis, anestesiados pelo belo posto de maior qualidade de vida do país e quase que dopados pelo alienante Chiclete com Banana? Sem nenhuma condição psicológica e intelectual para protestar, reivindicar... ou seja, criados pra não perturbar!
Quando haverá juventude? Quando haverá vida? Quando deixaremos de ser essa fria maquete e nos tornaremos uma fervilhante cidade?


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sexta-feira, maio 05, 2006

FIM DE SEMANA – “Círculo do Elo Sagrado”

Por Suely Frota



Neste primeiro final de semana do mês de maio, a Compania de Dança brasiliense O BETON apresentará o espetáculo “O Círculo do Elo Sagrado” no teatro Plínio Marcos do complexo Funarte.
O Mix entre a contemporaneidade e a tradição serão representados através de varias linguagens artísticas, com uma miscelânea de ritmos e danças.
O espetáculo transmitirá para platéia o olhar da tradição no universo contemporâneo, e do ciclo cotidiano da vida. Ao interpretar a rotina de uma aldeia, com alguns rituais e costumes dos povos antigos, colocarão em cena, saudações como a dos elementos da natureza -a água o fogo, o ar e terra- que passarão para o público a ligação destes povos com a natureza e seus produtos.Durante quase todo o espetáculo o grupo contará com a imprescindível participação do público nas invocações e celebrações dos ritos representados.
A dança propõe uma interpretação de uma tradição vivida na contemporaneidade, do homem e da mulher contemporâneos como com corpo e alma herdados de seus ancestrais.
A diretora e coreógrafa Andréa Horta espera através da dança que se tenha um Olhar para a contemporaneidade sem estar denominando a forma como se cria e sim criando a beleza da arte numa visão mais ampla. O espetáculo será uma grande celebração da vida, numa releitura dos antigos rituais em sintonia com a natureza.

Serviço:
Evento:
Espetáculo “O Ciclo do elo Sagrado”
Local : Teatro Plínio Marcos- Complexo Funart
Dias : 05,06 e 07 de maio
Horário : Sex. e Sáb às 21h e no Domingo à 20hs
Ingressos: 5 reais e 10 reais.


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quinta-feira, maio 04, 2006

ECONOMIA - "Brasil cometeu um erro estratégico"

Por Dannyele Bernardes


Foi com essa frase que, nosso digníssimo presidente se referiu a nossa dependência sobre uma única fonte de gás natural. Nossa auto-confiança está em baixa, e Lula finalmente se tocou que não é apenas com um “jeitinho brasileiro” que irá convencer Morales a um acordo que já não prejudique tanto ao Brasil. Juntando uma baita comitiva, para a tal reunião de acordo.
Lula disse (03/05/06): “ Não tenho essa preocupação. Nós temos um contrato para 19 anos”. E vejam, mais uma vez, nosso presidente se contradiz!

Longe de ser auto-suficiente no gás

Segundo nossa própria estatal (a Petrobrás), o volume de importações deve ser crescente para dar conta do aumento do consumo nacional, e não há a menor perspectiva que seremos auto-suficientes em gás natural...
As projeções feitas, dizem que o consumo deve chegar em torno dos 115 milhões de metros cúbicos por dia, em quatro anos. E a pretensão era de importar 45 milhões de metros cúbicos, por dia, em 2010, sendo a maior parte da Bolívia.
Lembrando que temos uma total dependência do gás Boliviano, mais de 50% do consumo é oriundo da Bolívia. Sendo no estado de São Paulo, a maior utilização que é de 70%; acho que ainda é motivo para preocupação...

A Nacionalização, e nossa “indignação”

Ultimamente só se vê críticas ferrenhas ao que se diz da nacionalização. Uns dizem, “Brasil perde para Bolívia”, outros “Isto é expropriação”, e em certas enquetes, estão ganhando aquelas que são contra essa tomada de atitude (nacionalização), mas ainda creio que a frase mais correta, digna de uma verdadeira crítica, é a que está em pauta, óbvio.
E também, não adiantar meter o pau em Hugo Chavéz... Isso mais cedo ou mais tarde iria acontecer, e teríamos feito o mesmo se estivéssemos no lugar deles. Não vamos chegar em lugar nenhum, com um pensamento sofista, de que tudo "só é bom se for pra nós mesmos".

A inabalável Petrobrás

Nossa estatal, que estava numa tranqüilidade dubitável até então, não aceitará uma eventual proposta da Bolívia sobre um aumento no preço. A Petrobras – que negou a possibilidade de dar o fora da Bolívia – tem um argumento para que não haja o tal aumento: de que em 2003, foi proposto a eles uma redução dos preços, e a Bolívia se recusou. Então o Presidente da Petrobrás, afirmou que se for proposto um aumento, “nós é que recusaremos”. Este, também anunciou a desistência da Petrobras de participar de uma expansão, que estava em andamento, do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) .

Bem se vê, que a Petrobrás está com o "pé atrás", e não sabe muito bem o que fazer. E para não dar o braço a torcer, disseram que perderiam muito menos do que o U$S 1,5 bilhão, no caso da nacionalização das refinarias. Também disseram que não afetaria sequer em suas finanças. Mas a pergunta (que fariamos) é: se no Brasil, auto-suficiente,o preço da gasolina já é absurdo, imaginem agora o gás?
Muita água vai rolar...


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quarta-feira, maio 03, 2006

POLÍTICA: A dieta do garotinho.


Por Gabriela Rocha

No domingo, 30 de abril de 2006, iniciou-se a greve de fome de Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro e pré candidato a Presidência da República pelo PFL. Alegando-se injustiçado e perseguido pela imprensa brasileira e o atual governo, estabeleceu que só interromperá seu jejum se, segundo pronunciamento, for "instituída uma supervisão internacional no processo político eleitoral brasileiro, assegurando a igualdade de tratamento a todos os candidatos; com acompanhamento de instituições nacionais que tradicionalmente defendem a democracia" e "que os veículos de comunicação que nos caluniam cedam o mesmo espaço para que a população possa conhecer a verdade dos fatos".
Aproximadamente 48 horas depois e com uma expressiva perda de 1,3 kg de sua robusta figura, Garotinho continua firme em seu regime recusando-se a falar com qualquer representante da imprensa brasileira e dirigindo algumas poucas entrevistas aos veículos internacionais que o procuram.
O ex-governador que se diz abatido, declarou hoje que está disposto a fazer greve de fome mesmo que seja até a morte.

Imbuída de todo meu espírito de porco, estou esperando para ver até quando ele agüenta. O que mais me intriga é a quem ele está tentando se comparar: a Cristo e seus 40 dias e 40 noites de privação no deserto ou a Gandhi e um de seus protestos como, o 21 dias de jejum contra a opressão Britânica a Índia?
Esta tentativa infantil (há!) de chamar atenção e se converter ao grande mártir da cruzada constituída quanto a sua pessoa, só ridiculariza, cada vez mais, a sua já denegrida imagem política. Afinal, que tipo de credibilidade ele espera alcançar a passar dias, trancado na sede de seu partido, fazendo cara de sofrimento, ao lado de sua digníssima esposa, a Governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho.
Diante de toda essa situação tragicômica a única conclusão que consigo chegar é que, pelo menos, conseguimos produzir chamadas hilárias. Imaginem um pequeno carioca assistindo a televisão e dizendo: - Manhêêê, o garotinho não quer comer!


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segunda-feira, maio 01, 2006

OPINIÃO - 1° de maio

Por Carmen Gonçalves

Dia de festa, música e descanso. É isso que o brasileiro entende como Dia Internacional do Trabalhador.
Instituído no Brasil por Getúlio Vargas, o primeiro de maio veio para marcar as conquistas e realizações trabalhistas que, de fato, ocorreram no país naquele governo. Como forma de reconhecimento à força de trabalho que empurra a nação para frente, foi separado um dia no calendário para que o povo refletisse sobre suas reais vitórias no setor. Nesta época, havia mesmo o que comemorar. A CLT era criada e se consolidava como verdadeira conquista e, com ela, todos os direitos humanos de cada trabalhador, todas as garantias de condições justas de trabalho. Além disso, as estatais, os famosos “bras”- Petrobrás, Telebrás, Eletrobrás, entre outras, foram criadas e, mesmo com todas as ocasiões de corrupção e mau uso de dinheiro público desde então, cumpriram sim ( e as que restaram após uma política neo-liberalista ainda cumprem), ao longo destes cerca de 60 anos, a sua função social.
O Dia do Trabalhador surgiu nos Estados Unidos, em reconhecimento à morte de operários ocorrida pela repressão sofrida por trabalhadores em dia de protesto por melhores condições de trabalho e salários mais justos. É, portanto, de se esperar que o primeiro de maio seja, ainda após cem anos do acontecido fato, dia de conscientização, protesto, indignação, manifestação, enfim, qualquer ato pacífico do povo para o povo.
No Brasil, porém, como em quase todas as situações político-sociais, não se observa esta postura do povo. Exceto, é claro, em fases de pressão social isoladas e características (os “rebeldes” e “revolucionários” contra a ditadura, os “caras-pintada” de Collor, os manifestantes das Diretas, etc.), não há movimentação social, povo organizado. Neste primeiro de maio, ano eleitoral, a Av. Paulista, palco das mais orgulhosas manifestações sociais que tivemos, exibiu show de música sertaneja e discurso demagogo e populista partidário para quem foi lá conferir. Após 2000 anos de Roma, ainda vigora o pão e circo. Ainda se encara o povo como palhaço, incapaz, débil mental. E pior: este povo aceita. Torna-se comparsa e coadjuvante do desrespeito e da desfaçatez. Neste primeiro de maio, nada de reflexão, debates, movimentos estudantis, passeatas de luto e reivindicações. Para um desavisado que vê, até parece que não temos mais o que concertar. O que este povo tristemente passivo acharia se, ao invés do rosto careteiro das duplas sertanejas, visse nos telões da Av. Paulista a miséria de pessoas catando comida nos lixões das grandes capitais? O que acharia este povo ao ver crianças viajando de barco 10 horas diárias para chegarem à escola na Amazônia, ao verem professores com jornada tripla, ou então caminhando 5 horas diárias em estrada de terra para chegar aos seus alunos em troca de uma galinha no fim do mês? O que diria este povo omisso ao ver lavradores do sertão lutando contra as piores adversidades, ao ver operários atravessando capitais a pé para chegarem às fábricas, porque não tem como pagar três, quatro passagens de ônibus? O que faria este povo ao ver imigrantes bolivianos realizando trabalho escravo em porões da praça da Sé? Qual seria a reação deste povo ao ver que grande parte da PM carioca é formada por moradores das favelas, que além de terem um salário de 400 reais, são obrigados a secarem suas fardas dentro de casa com a janela fechada? Isso para não falar de preconceito racial, censura velada, abandono, impostos altíssimos, pouco ou nenhum acesso a redes de saúde, para não falar da previdência vergonhosa, que trata os velhos brasileiros como quem já devia ter morrido.

O que diria, qual seria a reação? Não diria nada, não faria nada. Simplesmente porque o mesmo povo que lotou hoje a Av. Paulista é quem sofre toda essa violência. Este povo tão rico de sentimentos, de cultura, de amor pelo próximo é quem se deixa maltratar, humilhar. É quem se faz de cego, de rogado perante a politicagem e à afronta. É este povo que mais uma vez vai escolher o que será de si mesmo, em outubro próximo. Adiantaria implorar que não estejam com as caras e bocas de cantores acéfalos e traseiros de dançarinas em mente?

CULTURA – O Código da Venda

Por Peu Lucena


Cerca de 40 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Isso mesmo, 40 milhões. E um posicionado estrategicamente ao lado da minha cama por cerca de 10 dias me levou a um mundo louco de suspense, mas principalmente de reflexões.
Não quero ser mais um a falar que o livro é viciante, que faz questionar tudo que até então sabia sobre obras de arte, religião, matemática, símbolos e etc. Que o enredo criado por Dan Brown te faz questionar sem sair da inteligibilidade, te mostra uma ideologia sem ser alienante nem unilateral. Enfim, não quero ser mais um a pregar O Código da Vinci como um livro que te faz optar por dormir um pouco menos, para ler um pouco mais.
O que fica mais evidente em toda essa trajetória de sucesso é que o livro não obteve tal vendagem apenas por ser um suspense inteligente e com uma capacidade incrível de prender o leitor. Percebe-se que todo o suporte ideológico, filosófico e intelectual usado pelo autor que, de certa forma, fez a grande diferença para que o livro não fosse considerado só mais um best seller, e sim uma obra-prima.
Ficou clara a sagacidade do leitor em descobrir os furos e deslizes das mega-instituições, como a Igreja Católica, descobrir que não há essa perfeição e pureza pregadas, que a religião, como tudo na sociedade contemporânea, foi criada pelos homens, e também é passível de erros e “humanidades”.
O Fenômeno da Vinci deixa explícito a grande exclamação de quem tem o mínimo de pensamento crítico: “Ei, sabemos que o mundo não é perfeito, não queremos a versão mais bonitinha da história, queremos a versão mais verdadeira da história, queremos os fatos como eles aconteceram, e não como deveriam ter acontecido. E quando aparecer alguém que nos revele parte de uma suposta verdade, nós daremos ouvidos a esse alguém.” Mesmo que em pleno século XXI esse alguém seja excomungado pela Igreja. Tenho pra mim que se Brown vivesse na Idade Média, estaria tostando em alguma fogueira da Santa Inquisição.